
E mais uma vez o Carnaval da Boca do Rio amarga 3 dias de frustração e um dia de alegria
5 de março de 2025Problemas estruturais e poucas atrações de peso marcaram o evento deste ano, que teve redução drástica de público
Fonte: Redação (Boca do Rio Magazine) | Foto: Marcelo Garcia (Boca do Rio Magazine)

O Carnaval da Boca do Rio 2025 chegou ao fim, mas, ao contrário das expectativas, a festa gerou mais insatisfação do que comemoração entre moradores e foliões. A festa, tradicionalmente conhecida como uma festa familiar, não contou com a presença do público fiel de todos os anos. A localização do evento foi um dos principais alvos de críticas. O palco, montado nos fundos do Parque dos Ventos, ficou distante das entradas do bairro, dificultando o acesso do público. Além disso, por estar à beira da praia, a estrutura e os artistas ficaram expostos a condições climáticas adversas. O forte vento e a chuva interromperam apresentações e até comprometeram parte da estrutura lateral do palco, gerando desconforto para quem acompanhava o evento.
A iluminação deficiente e a proteção inadequada do palco contra o vento e a chuva reforçaram a sensação de que a festa não foi planejada com o devido cuidado para atender às necessidades do público e dos artistas. Além dos problemas estruturais, a grade de atrações também foi alvo de críticas. O evento contou com poucos artistas de grande porte capazes de atrair um público maior. Além disso, mais uma vez, as bandas locais não tiveram espaço para se apresentar, apesar de contarem com uma base fiel de fãs na região. O Carnaval da Boca do Rio, além de não ter atraído grande público, também não contribuiu para desafogar os circuitos principais da cidade, reforçando a necessidade de ajustes para os próximos anos.

Entre as atrações mais esperadas estava a banda Guig Ghetto, mas uma apresentação relâmpago de apenas 27 minutos frustrou o público. Outro nome aguardado foi EdCity, que, diferentemente das demais atrações, conseguiu levar uma multidão ao Parque dos Ventos e fez um show marcante. Sem dúvidas, foi o grande destaque da programação deste ano.
Com a baixa presença de foliões, muitos ambulantes amargaram prejuízos, sem alcançar o faturamento esperado nos quatro dias de evento. Em conversa com o Boca do Rio Magazine, uma ambulante, que preferiu não se identificar, contou que a expectativa era faturar entre R$ 300 e R$ 500 por dia, como nas edições anteriores, mas, este ano, seu lucro diário não passou de R$ 100. Outros comerciantes sequer abriram seus negócios na terça-feira (4), último dia do evento, para evitar prejuízos ainda maiores.

Em entrevista ao Boca do Rio Magazine, Pedro Machado, da Saltur, explicou que a escolha das atrações de pequeno e médio porte é feita pelo COMCAR, e a presença de bandas maiores depende da disponibilidade de agenda. Ele também mencionou a possibilidade de criar um carnaval infantil, com apresentações voltadas para o público mirim no início da programação de cada dia.
Sobre a escolha do local do evento, Machado afirmou que a intenção foi aproveitar a estrutura do Palco Brisa, utilizada no Festival da Virada, oferecendo mais espaço para o público. “Acredito que devemos investir neste espaço, melhorar o que for necessário, porque sempre há algo a ser aperfeiçoado. Queremos fazer o Carnaval da Boca do Rio como fazemos em todos os bairros: com brilhantismo, respeito ao povo, à sociedade e ao local. Vamos aguardar o próximo ano”, concluiu.
O Carnaval de Salvador chegou ao fim, mas o fato é que a galera da Boca do Rio, que queria curtir quatro dias de festa perto de casa, ficou querendo mais. Agora, resta esperar 2026 e torcer por melhorias.