Prefeitura avalia fechar praias durante os festejos de Réveillon

Prefeitura avalia fechar praias durante os festejos de Réveillon

1 de dezembro de 2021 0 Por Marcelo Garcia

O prefeito disse que os números da pandemia serão analisados em breve para decidir pela interdição ou não de praias da cidade. 

Fonte: A Tarde | Foto: Divulgação

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O prefeito de Salvador, Bruno Reis, levantou nesta quarta-feira (1º) a possibilidade de bloquear novamente o acesso a praias da capital baiana no Réveillon, como foi feito no fim de 2020 pela gestão de ACM Neto, para evitar aglomerações na faixa de areia durante a virada do ano.

Na última segunda-feira, 29, o gestor municipal informou o cancelamento do Festival Virada Salvador, pelo segundo ano seguido.

O prefeito disse que os números da pandemia serão analisados em breve para decidir pela interdição ou não de praias da cidade. “Ainda temos um tempo para tomar essa decisão e vamos aguardar o comportamento dessa nova variante, para ver se, por exemplo, vamos fechar as praias para que as pessoas não utilizem, para decidir se terá queima de fogos ou não, decidir sobre o que dá para ser feito”, pontuou.

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Assim como destacou seu antecessor ao adotar a medida, Bruno lembrou que não há efetivo suficiente para controlar o acesso dos soteropolitanos às praias durante os festejos de fim de ano e pediu a colaboração da população. “Vai ser fácil conter em casa as pessoas que estão com a terceira dose? Com o ciclo vacinal em dia? Não. Conter e administrar 65 quilômetros de praia? Vamos ponderar tudo isso para fazer esses anúncios”, afirmou o prefeito.

O chefe do Palácio Thomé de Souza também explicou novamente o motivo de cancelar o Festival Virada. “Não dá para fazer um evento dessa magnitude, tomamos a decisão. Agora precisamos ver o que é possível fazer. O que está certo é que não terá um Réveillon público da prefeitura. Está permitido, seguindo os protocolos, comprovando a vacinação, eventos de até 5 mil pessoas em locais fechados”, disse. Em decreto, o governo do Estado ampliou de 3 mil para 5 mil o limite de público em eventos na Bahia.

O secretário municipal de Saúde, Leo Prates, reiterou que a prefeitura monitora os dados da pandemia para tomar a decisão sobre um eventual bloqueio às praias nas próximas semanas. “É uma decisão que vai passar por critérios científicos, como tudo que a gente está fazendo. Estamos aguardando o caminhar, o desenrolar dos próximos capítulos da covid. Esperamos que não haja necessidade, mas caso os números aumentem – estamos dialogando com a Sesab sobre isso – o prefeito já falou que não tem nenhum receio em anunciar o bloqueio de praias. Por enquanto, a covid em Salvador continua sob controle, mas não quer dizer que a pandemia não possa sair de controle”, declarou.

Para a infectologista Melissa Falcão, o cenário local atual não exige a interdição, mas é preciso monitorar os números. “Pelos dados atuais, não vejo indicação para fechamento, mas depende, porque isso pode mudar em questão de dias. Não vejo indicação para isso no momento. Se estiver como está agora, deve ser liberado, ao contrário de outros eventos maiores”, avalia.

O virologista Gúbio Soares, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), elogia o cancelamento do Réveillon da prefeitura, mas acredita que o poder público terá alguma dificuldade em explicar o bloqueio na faixa de área ao mesmo tempo em que estão liberados pelo governo eventos fechados, no momento para até 5 mil pessoas. “É uma contradição. Se você libera eventos até 5 mil pessoas, como você vai bloquear a praia?”, analisa.

Ao pontuar a dificuldade logística envolvida na operação, o virologista sugere medidas como o bloqueio de regiões concorridas, como a orla da Barra, e evitar a queima de fogos. “Como é que vai fiscalizar da Barra a Itapuã?”, questiona.

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No dia 31 de dezembro do ano passado, a prefeitura interditou a orla da Barra a partir das 17h. Houve queima de fogos de artifício em alguns pontos, mas os locais não foram divulgados previamente para evitar aglomerações. Além disso, agentes da Guarda Municipal atuaram em regiões como a Barra, Comércio, Rio Vermelho, Piatã e Itapuã.