Protesto de estudantes fecha região da praça do Imbuí

30 de novembro de 2018 0 Por Marcelo Garcia
Aluno foram ás ruas para protestar contra o fim da modalidade EJA | Foto: Redação

Alunos do Colégio Estadual Professora Angelita Moreno realizaram um protesto na noite desta quinta-feira, 29, na avenida Jorge Amado, próximo à praça central do bairro do Imbuí, em Salvador.
Conforme os manifestantes, o ato é motivado pela proposta do governo estadual que prevê o fechamento das aulas na modalidade Educação para Jovens e Adultos (EJA) que acontecem no período noturno da instituição. O trânsito ficou lento no local.
Utilizando apitos, os alunos gritaram palavras de ordem contra a decisão e pediram pela melhora na educação. Nos cartazes, era possível ler as mensagens: "Fechamento do noturno não", "Somos EJA" e "Quero estudar governo". Não se sabe o número exato de manifestantes.
De acordo com o estudante Tácio Aragão, de 18 anos, o governo pretende realocar os alunos do EJA para outras escolas da região da Boca do Rio. Para ele, a resolução traria diversos transtornos devido à insegurança causada pela rivalidade entre as instituições do local.
"Se formos remanejados para as outras escolas, vamos correr perigo, pois o nível de rivalidade é muito grande. Muitos (alunos) não podem nem entrar em algumas, mesmo que não tenham nenhum tipo de envolvimento com tráfico de drogas ou qualquer outra coisa ilícita", disse.
Segundo uma professora que não quis se identificar ainda não se sabe ao certo para onde os alunos irão após o fechamento do turno, porém, a maior aposta é a de que o destino seja a Boca do Rio. Ela teme que as outras instituições escolares, que continuarão a oferecer a modalidade noturna, não consigam contemplar a quantidade de alunos.
"Muitas escolas do noturno estão sendo fechadas. E, provavelmente, as que ficaram abertas não irão contemplar o número de alunos. Muitos vão desistir e ficarão sem estudar pela dificuldade de acesso", afirmou.

Tácio contou ainda que sem as aulas do ensino médio, irá ter que abrir mão de um dos seus maiores sonhos: concluir o curso de Enfermagem que faz durante o dia, em paralelo com as aulas do EJA.
"Se o EJA for fechado na minha escola, terei que trancar o meu curso de Enfermagem. A instituição só me aceitou porque estou cursando o primeiro e o segundo ano do ensino médio", lamentou.