Grupo Mateus enfim assina contrato de aluguel de imóvel do antigo Hiper Bompreço

Grupo Mateus enfim assina contrato de aluguel de imóvel do antigo Hiper Bompreço

24 de maio de 2025 Off Por Marcelo Garcia

Acordo foi firmado após decisão favorável da Justiça, mas ainda não há prazo para o início das operações

Fonte: Correio 24h / Foto: Grupo Mateus

O Grupo Mateus enfim assinou o contrato de locação do imóvel antes ocupado pelo Bompreço, na região do Iguatemi, em Salvador. A informação foi confirmada pela rede maranhense com exclusividade ao CORREIO. Ambas as marcas travam uma disputa judicial pelo imóvel, que não está em funcionamento. Ainda não há prazo para o início das operações.

No dia 12 de maio, o desembargador Raimundo Sérgio Sales Cafezeiro restabeleceu as deliberações de duas assembleias, que foram realizadas em 28 de janeiro e 2 de abril deste ano. As reuniões permitiram a locação do imóvel ao Grupo Mateus, mas o Bompreço, que detém 30% do imóvel, entrou na Justiça para impedir o contrato.

A decisão atendeu a um pedido da Aujjo Bahia Empreendimentos, que é dona da maior parte do espaço. O Bompreço alega que há conflito de interesses porque a Aujjo nomeou Renato Furtado Zenni como administrador com poder para firmar contratos de locação do bem em Salvador. Renato Furtado, além de administrador da Aujjo (empresa com sede no Ceará), é sócio de empresas do Grupo Mateus, segundo aponta a denúncia do Bompreço. De acordo com o Grupo Mateus, Renato é parceiro na construção de algumas lojas do grupo e não sócio.

O contrato de locação foi assinado na semana passada e tem prazo de duração de 20 anos, segundo foi divulgado pelo Grupo Mateus. A rede maranhense já possui lojas no interior de cidades baianas, como Juazeiro, Teixeira de Freitas e Jacobina, e pretende expandir a rede para a capital baiana. A primeira unidade em Salvador deve ser inaugurada em novembro deste ano, no Salvador Norte Shopping.

Boca do Rio Magazine BDRM

A reportagem entrou em contato com o Carrefour, rede a qual o Bompreço faz parte, através da assessoria de imprensa, e aguarda posicionamento sobre a assinatura do contrato de aluguel. O Bompreço ainda pode recorrer da decisão mais recente que permitiu a locação.

Briga judicial
Em 6 de abril, uma decisão da 4ª Vara Cível e Comercial de Salvador suspendeu os efeitos das assembleias e manteve a suspensão da locação. Porém, a determinação do desembargador Raimundo Sérgio Sales Cafezeiro restabeleceu as decisões do grupo.

No documento, o qual o CORREIO teve acesso, o magistrado alega risco de prejuízos financeiros ao condomínio pela desocupação prolongada, possível violação à função social da propriedade, além de indícios de abuso por parte da minoria.

“[…] as razões do agravante devem ser consideradas, com indícios de que a prorrogação por tempo indeterminado da desocupação da área, mesmo havendo locatário certo, pode atrair grandes prejuízos econômicos ao condomínio, além de alongar o descumprimento da função social de vasto terreno, impedindo ainda a criação de novos postos de trabalho e o exercício de atividade empresarial e recolhimento de tributos”, pontua o desembargador.