Motoristas de aplicativo realizam paralisação nesta terça (26) em todo Brasil

Motoristas de aplicativo realizam paralisação nesta terça (26) em todo Brasil

26 de março de 2024 Off Por Marcelo Garcia

Ato é um movimento espontâneo, organizado pelos profissionais da categoria e não foi convocado pelo sindicato da categoria

Fonte: Correio 24h* | Foto: Shutterstock

Nesta terça-feira (26), motoristas de aplicativo de transporte de Salvador irão suspender as atividades durante toda a manhã em protesto contra o PLP 12/2024, apresentado pelo governo do presidente Lula e que cria a figura do “trabalhador autônomo por plataforma”. Na ocasião, os motoristas realizarão uma mobilização no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

A concentração terá início às 8h30, na região da Balança do CAB, onde se encontrarão motoristas que sairão de diferentes pontos da cidade, como a Arena Daniela Mercury e Avenida Afrânio Peixoto, popularmente conhecida como Avenida Suburbana.

Durante a mobilização, a recomendação da Cooperativa Mista de Motorista e Mototaxistas por Aplicativo do Estado da Bahia (Coopmmap) é que os trabalhadores mantenham os aplicativos desligados até as 14h, horário em que será finalizado o protesto, de acordo com o presidente da cooperativa, Vick Passos.

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Mobilização nacional de motorista por aplicativo
A mobilização acontece em todo o país de forma simultânea, com manifestações em diversas capitais do país. O movimento acontece em reação ao projeto apresentado pelo presidente Lula de reforma das relações entre as plataformas e os condutores.

O PLP não prevê vínculo empregatício entre motorista e empresas, estipula um valor mínimo para remuneração por hora de corrida, prevê obrigatoriamente contribuição para a Previdência Social e determina a negociação via acordos coletivos – ou seja, via sindicatos.

Embora o PLP 12/2024 só tenha regras para os motoristas de aplicativo com carro, também estão sendo convocados para o ato entregadores por aplicativos e motociclistas, já que são as categorias que, segundo sinalização do governo federal, serão as próximas a ter uma proposta de regulamentação.

Veja quais os principais pontos do Projeto de Lei em destaque
– Jornada de 8 horas, podendo chegar ao máximo de 12 horas/dia por plataforma. O motorista pode trabalhar para quantas plataformas desejar;
– Remuneração: R$ 32,90/hora trabalhada (não conta espera) = R$ 1.412 de renda mínima, equivalente ao salário-mínimo;
– Previdência: enquadramento como contribuinte individual; contribuição sobre remuneração de 7,5% para o trabalhador e 20% para o empregador; mulheres têm direito a auxílio-maternidade;
– Motoristas serão mantidos como trabalhadores autônomos, mas com garantia de alguns direitos, como os benefícios do INSS.

Pontos críticos para a categoria
A categoria alega que não foi ouvida e que as entidades que participaram do grupo tripartite criado pelo governo e plataformas são sindicais e não representam os motoristas.

A principal crítica entre os trabalhadores da categoria é que o PL estabelece o valor mínimo de R$ 32,09 por hora trabalhada, enquanto limita o tempo de trabalho máximo por dia. De acordo com dados da StopClub, startup que oferece ferramentas de segurança e performance financeira para os motoristas de aplicativo, este já é o valor médio recebido pelos motoristas hoje.

Ainda de acordo com dados do StopClub, o custo diário de um motorista gira em torno de R$ 150,58 por dia trabalhado ou R$ 16,13 por hora on-line nos aplicativos. Considerando que o motorista fica 60% do tempo on-line em viagem, seu custo é de R 26,88 por hora trabalhada.