Setembro amarelo: psicóloga Berlane Sena fala sobre ações para prevenir o suicídio

Setembro amarelo: psicóloga Berlane Sena fala sobre ações para prevenir o suicídio

9 de setembro de 2022 0 Por Rebeca Almeida

Para reforçar a campanha, ao longo do mês o BDRM vai publicar textos de psicólogas atuantes no bairro; confira.

Fonte: Redação | Foto: Arquivo Pessoal

Dra. Berlane Sena

O mês de setembro é um período oportuno para dialogar sobre a saúde mental e esclarecer mitos sobre o suicídio. Infelizmente, este é um quadro muito presente na população brasileira, o que exige a adoção de medidas mais eficazes para combatê-lo.

Tendo isso em vista, o Boca do Rio Magazine (BDRM) vai publicar uma série de textos produzidos por psicólogas do bairro, com objetivo de ampliar os espaços onde é possível falar sobre saúde mental de maneira aberta e responsável. A Dra. Berlane Sena é a primeira convidada para a série, introduzindo o tema. Confira abaixo:

O mês de setembro é conhecido pela campanha “Setembro Amarelo”, de prevenção ao suicídio. Iniciada no Brasil pelo CVV em 2015, instituiu o dia 10 como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, campanha necessária e de extrema importância em um país cujo índice de suicídios por ano chega a 12 mil. Mas, é preciso ir além destes índices e entender que a prevenção ao suicídio deve ocorrer o ano inteiro.

Falar em suicídio em um país com tantos fatores de risco, questões sociais precárias e com redução de verbas para a saúde mental, dificulta a situação. É imprescindível que a sociedade tenha conhecimento sobre a campanha, mas é preciso falar sobre tudo isso que vai além de uma data ou um mês. Por menos tabus, mitos e mais escuta, acolhimento e empatia, entendendo que conversar sobre suicídio não influencia a praticar o ato e sim, abrir caminhos para novas perspectivas.


É importante saber os sinais de alerta, como, tristeza persistente, postagens relacionadas ao suicídio nas redes sociais, desânimo, alteração no sono, sentimento de inutilidade, desinteresse, isolamento da família e dos amigos, baixa autoestima, frases relacionadas a morte, embora existam ainda pessoas que nunca demonstraram qualquer um desses sintomas e mesmo assim cometem suicídio.

Existem pessoas que não conseguem pedir ajuda e outras que não conseguem ouvi-las. Se faz necessário debatermos sobre o assunto, psicoeducando as pessoas a perceberem os sinais, pois se souberem suas causas, sintomas e formas de evitá-los, os índices podem ser minimizados. Para isso, é necessário atentar-se a eles e principalmente a serem mais empáticas e acolhedoras com a dor do próximo.

Conversar com a pessoa, sem julgá-la ou emitir opiniões sobre o assunto, deixar claro que sua vontade é apenas ajudá-la e não medir a dor dela com a sua régua de acordo com suas experiências pessoais. Cada um sente da sua forma, somos seres subjetivos e ter empatia com a dor do outro é o mínimo que podemos fazer em nossa humanidade. Orientar a buscar ajuda especializada e o mais importante, não fazer isto só no mês de setembro e sim, o ano inteiro.

Precisamos de toda a comunidade para escutar e acolher o semelhante, não somente nós, psicólogos e psiquiatras. O Centro de Valorização da Vida é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda, ligue para o número 188 ou procure ajuda especializada de psicólogos.

Berlane Sena, é psicóloga (CRP 03/9768), especialista em Saúde Mental Coletiva. Ela realiza atendimentos online, cobrando valor social. O telefone de contato e WhatsApp dela é (71) 99249-2904 (para falar pelo Whatsapp, clique aqui.