Tribunal de Contas do Estado volta a julgar desabamento do Centro de Convenções nesta quinta-feira (22)

Tribunal de Contas do Estado volta a julgar desabamento do Centro de Convenções nesta quinta-feira (22)

20 de agosto de 2024 Off Por Marcelo Garcia

Parte da estrutura do Centro de Convenções desabou na noite de 23 de setembro de 2016, deixando três pessoas feridas

Fonte: AratuOn / Foto: Correio24h

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) voltará a julgar nesta quinta-feira (22/8), o processo sobre o desabamento do antigo Centro de Convenções da Bahia. O episódio aconteceu em setembro de 2016. A tramitação se arrasta desde então e voltará a ser apreciada a partir das 14h30, em plenário, segundo a Corte.

O processo será retomado após pedido de adiamento feito pelo conselheiro João Bonfim, no dia 13 de junho. Na ocasião, o relator do processo, conselheiro Pedro Lino, votou para acolher a maioria das as sugestões dadas pelo Ministério Público de Contas (MPC), em parecer realizado a partir de análises feitas por auditores do tribunal. Veja abaixo:

  1. Apuração do dano ocasionado ao erário, ainda não dimensionado, mediante instauração de sindicâncias contra ex-gestores (detalhamento dos nomes está publicado abaixo);
  2. Aplicação de multa de R$ 10 mil, cada, aos gestores responsáveis pela diretoria-geral da Secretaria de Turismo (Setur), Jorge Luís Batista de Oliveira e Sr. José Pirajá Pinheiro Filho;
  3. Contratação de consultoria especializada, a fim de apurar o valor a ser ressarcido ao erário;
  4. Encaminhamento de cópia dos autos ao Ministério Público do Estado (MP-BA), tendo em vista a possível ocorrência da prática de atos de improbidade administrativa, em face, segundo o relator, “das graves irregularidades apontadas pela auditoria, especialmente aquelas que contribuíram para o desabamento de parte do Centro de Convenções da Bahia”.

No relatório, Lino optou por retirar a sugestão de aplicação de multas a gestores do governo da Bahia à época. Para o conselheiro, é mais adequado que os nomes, pontuados pelo MPC na matriz de responsabilidades do desabamento, sejam julgados durante as prestações de contas dos exercícios de 2014 e 2015 da Bahiatursa. São eles:

  • Ângela Fucs (ex-Liquidante da Bahiatursa);
  • Nelson Pelegrino (ex-secretário de Turismo);
  • Edelvino Góes (secretário de Administração);
  • Juliana Cavalcanti de Andrade Hart Madureira (ex-superintendente de Patrimônio);
  • José Alves (ex-secretário de Turismo)
  • Fernando Ferrero (ex-diretor-presidente da Bahiatursa);
  • Diogo Medrado (ex-presidente da Bahiatursa);
  • Francisco Oliveira (liquidante extrajudicial da Bahiatursa).

De acordo com Lino, as responsabilidades dos citados devem ser julgadas nas análises das contas da autarquia, sobretudo, pela necessidade de mensurar-se, adequadamente, “o grau de precariedade do Centro de Convenções antes do início das reformas [em 2015], a fim de avaliar se as opções administrativas adotadas eram, efetivamente, as mais consentâneas (adequadas) com o interesse público”.

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Visão do Governo
Na sessão plenária do dia 13 de junho, o procurador Francisco Luiz Cunha, representante da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), sustentou que era necessário analisar se as reformas promovidas pela atual gestão do estado foram responsáveis por comprometer a estrutura. “Então, há um imóvel antigo, com uma estrutura provavelmente inadequada”, pontuou.

De acordo com Cunha, as análises se fazem imperativas porque o antigo Centro de Convenções foi construído em 1979. Houve três reformas: em 1993, 2010 e 2015 – o grupo petista chegou ao poder na Bahia em 2007, com Jaques Wagner. “Será que esse descaso ocorreu agora, neste momento?”, questionou.

“O Estado analisou diversos serviços de manutenção. Então, efetuou a contratação de serviços de recuperação da estrutura e demonstrou que, até à execução do contrato, decorrente da Concorrência Pública, estava adotando ações que atendessem à recuperação do imóvel, a exemplo de seis contratos firmados entre 2012 e 2016, que totalizaram cerca de 13 milhões de reais. Além disso, outros serviços, como já disse aqui, foram realizados entre 2003 e 2011”, acrescentou.

Relembre o caso
Parte da estrutura do Centro de Convenções desabou na noite de 23 de setembro de 2016, deixando três pessoas feridas. Quatro dias depois, no dia 23 de setembro, o Governo da Bahia anunciou a demolição da estrutura.

Contudo, dívidas trabalhistas de, aproximadamente, R$ 50 milhões, levaram à suspensão do processo, que passou a ser judicializado.

Em dezembro de 2019, o governo estadual anuncia o leilão do equipamento, que teve a sua venda autorizada pela Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em dezembro de 2021.

Atualmente, o espaço ainda não teve a sua demolição finalizada e segue sem comprador, bem como sem um destino final definido.