Bebê morre após lavagem nasal na UPA do Marback e família denuncia erro em procedimento

Bebê morre após lavagem nasal na UPA do Marback e família denuncia erro em procedimento

16 de outubro de 2023 0 Por Marcelo Garcia

Criança chegou a ser transferida para o Hospital Roberto Santos, após sofreu duas paradas cardíacas, mas morreu durante a madrugada

Fonte: Redação (Boca do Rio Magazine) | Foto: divulgação

Um bebê de 2 meses morreu na madrugada desta segunda-feira (12), na ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, em Salvador, após passar por três lavagens nasais na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback, no Imbuí. A família de alega que houve erros nos procedimentos.

De acordo com a família de Emanuel Pitanga, ele estava há alguns dias gripado e passou o feriado de Nossa Senhora de Aparecida, na casa de familiares, na região da Irará, município a 135 km de Salvador. Ao perceberem o estado de saúde do menino, os pais o levaram em um posto médico da cidade e receberam a notícia que o filho precisaria ficar internado.

No entanto, a médica teria garantido que os pais de Emanuel poderiam viajar para Salvador, onde moram, com o menino, em segurança. Ao chegarem na capital baiana, o casal procurou a UPA do Marback, na noite de domingo (15). Ao chegar no local, por volta e 19h, a equipe médica teria realizado uma lavagem nasal para retirar secreção. No entanto, ainda segundo família, o bebê se engasgou e teve duas paradas cardíacas.

“Ele passou pela triagem e logo em seguida a pediatria o chamou. O médico pediu para uma técnica fazer lavagem nasal três vezes e indicou um medicamento em uma bombinha”, disse o pai do bebê, Vanderson Pitanga.

“Ela fez os procedimentos, ela mandou debruçar o bebê nos peitos da minha esposa. Minha esposa explicou que um pessoal falou que o procedimento era para frente, para que o soro passasse e saísse pelo outro lado, mas ela disse que o bebê tinha que engolir”, explicou.

Leia também: Confira a programação do Festival Virada Salvador 2024

Boca do Rio Magazine BDRM

Siga o Boca do Rio Magazine no InstagramFacebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta? Mande WhatsApp para (71).9277-9279 e nos insira nos seus grupos!

De acordo com o pai da criança, a técnica de enfermagem fez os três procedimentos e a esposa dele, Juliana Pitanga, perguntou se ela poderia colocar o menino para mamar. A profissional teria dito que sim, desde que fosse com cautela.

“Ele mamou um pouquinho, não durou tempo nenhum. Ele começou a se entalar e começou o processo de reanimação dele”, relembrou o pai do menino. Mãe de Emanuel e de um menino de 6 anos, Juliana disse que ficou desesperada com a situação.

“Ele estava no meu colo e começou a sair secreção pela boca. Eu comecei a limpar, uma outra técnica, que ia fazer a quarta lavagem, viu e disse: ‘Olhe, mãe, quando ele tiver se entalando com secreção, ponha ele de buço”.

“Foi aí que ele começou a perder o ar, se sufocar. Eu falei que ele estava se entalando, ela levantou ele de vez e ele chorou”, disse a mãe do bebê. Depois, segundo Juliana Pitanga, a técnica de enfermagem teria deitado Emanuel. Com o movimento, o menino voltou a se engasgar. “Eu saí correndo pedindo para alguém socorrer meu filho”, contou a mãe do bebê.

“O levaram para a sala vermelha, tentaram reanimar e me disseram que ele estava bem. Depois, uma outra médica, disse que ele seria transferido”.

Emanuel chegou a ser transferido para a ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, mas morreu nesta madrugada. A família do bebê acredita que o filho morreu por causa de erros na UPA do Marback.

“Disseram para meu esposo que a causa da morte foi que ele bronco aspirou com o excesso da lavagem. Todas a seringas com soro que ela aplicou, ele engoliu. O certo era ela fazer com ele virado para a frente, para que o soro saísse na lateral”.

A reportagem da TV Bahia entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que informou que lamenta profundamente a morte do bebê e se solidariza junto aos familiares. A SMS disse ainda que está apurando o caso. A pasta disse ainda que a gerência executiva do órgão está na unidade terceirizada, onde faz o levantamento de todo prontuário do paciente, passo a passo do atendimento e reunião com os profissionais envolvidos.

Além disso, a secretaria diz que já notificou a organização social responsável pela gestão do Pronto Atendimento Alfredo Boureau, para que também acompanhe e preste todas as informações necessárias visando a elucidação do ocorrido.